04/09/2011

Alguém tem um canivete suíço? Tu tens.

É só eu repousar meus braços sobre o papel que, sem que eu tome conhecimento, as linhas que eu escrevo se amarram em meus pulsos, como algemas de náilon. Fico preso a essas folhas e, a cada movimento que faço tentando me libertar, mais profundos são os sulcos que essas linhas entalham na minha pele.* Não mais consigo empunhar a caneta. E o nó se aperta, atritando-se contra meus ossos. O sangue toma conta dos papéis, apaga as palavras, desaparecem as linhas. Estou livre para escrever novamente. Me pergunto:* Devo eu não escrever? Não dizer? Devo eu apenas guardar pra mim esses contraditórios sentimentos bifurcados? Se toda vez que a ela falo flores, elas se despem das pétalas e atingem teu rosto como espinhos, devo eu me calar? Se toda vez que te escrevo rosas, ela as pega pelo cabo e o sangue daquelas mãos mancha minhas palavras?* Meus pulsos doem. Alguém tem um canivete suíço? Tu tens.

Lucas Silveira

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