Não é
raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho. Claro que
dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé.
Amanhã,
depois, acontece de novo, não fecho nada, não fechamos nada, continuamos vivos e
atrás da felicidade, a próxima vez vai ser ainda quem sabe mais celestial que
desta, mais infernal também, pode ser, deixa pintar. Se tiver aprendido lições
(amor é pedagógico?), até aproveito e não faço tanta besteira. Mas acho que amor
não é cursinho pré-vestibular. Ninguém encontra seu nome no listão dos
aprovados. A gente só fica assim. Parado olhando a medida do Bonfim no pulso
esquerdo, lado do coração e pensando, pois é, vejam só, não me
valeu.
- Caio Fernando Abreu
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