No sábado, meu filho pediu pasteis, estava fritando, pensando com sempre na minha querida amiga Rê que há 6 meses partiu desse plano espiritual. Como a saudade doí, sinto muito sua falta, sinto falta das coisas mais simples como seu sorriso...
Então voltando ao assunto, estava eu lá fritando os pasteis, e no radio começou tocar uma musica (Little Respect - Erasure - 1988), que me fez voltar ao tempo, e relembrar que aquela mesma música, me fazia dançar como uma doida no meu quarto, com som muito alto, fazendo da escova ou qq coisa de microfone, das baladas, das noites de sabado numa boate chamada Gemini, em São Carlos.
Aí, comecei a pensar na vida . . .Nunca imaginaria que 22 anos depois, ouvindo a mesma música, estaria fritando pasteis numa noite de sábado.. Resumindo é pra acabar..kkk.
Nestas horas que percebi que pessoas passam e se vão, poucas e raro as pessoas deixam alguma coisa.
Que durante a vida, passei por períodos de renúncias e loucuras, lembrei que qdo adolescente moldava meu futuro com esperança e sonhos, e não com ferimentos, dava rasteiras na solidão, acreditando que nunca estaria sozinha e perdida, somente estava desencontrada.
E o tempo foi passando, e fui mudando minha maneira de pensar também, fui amadurecendo, levando na bagagem um segredo inconfessável, vários arrependimentos irreversiveis, sonhos inalcançáveis e um amor inesquecível. E assim a vida vai passando, cheia de obstáculos, desistências, atos de coragem e também de total covardia, porque ás vezes não tinha mais condições de sofrer.
Vi que o sabor do perdão não é tão doce como imaginei, que fechar os olhos pra não chorar ás vezes é uma arte.
Mas continuo caminhando, vivendo, tentando e torcendo para que tudo de certo, pois não tenho como mudar o que passou, muito menos o que fui.
E assim, continuo escrevendo a minha história, e a história diz que eu estou sobrevivendo . . .
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