13/03/2011

Desabafo

No momento tento pensar, mas não consigo... são poucas coisas para descrever o que sinto, compreender tudo isto que se passa á minha volta. Não percebo o que faço. Não consigo exprimir, estou presa a qualquer coisa que não sei bem o que é. Tenho tido momentos difíceis nestes últimos dias, que me dói. Esses momentos são difíceis de aguentar sem uma lágrima cair, uma palavra dizer ou um texto escrever. Sinto meus sentimentos trocados. Já não sei o que sinto ou sequer o que digo, reajo de uma maneira que não me é habitual e isso faz-me pensar no que se passa. Será que é melhor eu deixar tudo e parar para colocar a cabeça no lugar? Não sei, parar é difícil, mas... mudar ainda é mais. Não sei se gestos e ações agora poderão influenciar o meu presente ou meu futuro de uma maneira negativa ou positiva, o que eu hei-de fazer? Talvez deixando minhas vontades...


Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinha do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo, e que embarcarei sozinha nesta vida rumo a sei lá o quê.

Não quero escrever cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouquecer mendigando a sua atenção. Tenho medo que você acabe se transformando em um símbolo sem face nem corpo perante meus olhos. Tenho medo de descobrir que você não é mais o mesmo, descobrir que convivi esse tempo todo com alguém que talvez não exista mais ou nunca existiu, objetivamente. Sinto de você um fundo desprezo pela minha dor, pela minha rejeição desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu.

Noite passada, fiquei ali parada, procurando alguma coisa que não estava nem esteve ou estaria jamais ali. "Preciso de um colo que ninguém dá. Mas tudo bem."

Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A me sentir desprezada algumas vezes, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar.

Dessa vez não vou evitar de dizer tudo que esta na minha cabeça, não arrumarei mil defeitos pra brigar, não desviarei meus olhos por medo, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não vou desistir antes de começar, não vou me anular por sentir demais e logo depois me arrepender, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida. Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final. Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante.

Não estou desesperada, não mais do que sempre estive, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?”

Penso sempre que um dia a gente vai se entender, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia você quiser conversar, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta alguma em você.

Estou confusa e me dispersando, continuo a contar comigo mesma. Queria ter feito tanta coisa, queria ter dito tanta coisa, ás vezes sinto que você é incapaz de me entender, mas todo esse tempo que temos convivido tento me adaptar e adaptá-lo também.

E eu sei muito bem como tudo isso parece ridículo. Ás vezes eu acho que estou errada, e vice-versa. Eu aprendi a conviver com seu jeito, ás vezes ausente.

Se quero continuar com você ainda, quem sabe mesmo agora, diante de tudo o que aconteceu, quem sabe mesmo sem saber direito o que aconteceu. Tivemos momentos bons, se não o tempo todo, pelo menos quanto lembro de momentos assim. Infelizmente, talvez muito mais momentos ruins. A aspereza e avesso parecem ser mais no nosso relacionamento do que a leveza e o direito.

Resta esta história ou pelo menos o que sobrou dela, você ainda está lendo e prestando atenção? Fico aqui na frente do computador, tentando em frases me de decifrar, e sinto muito medo, afinal, diga apenas qualquer coisa simples como: nada disso existe. Nada, nada disso existe. Tudo é imaginação da minha cabeça, mas nenhuma palavra vem, então quase vomito e choro e sangro quando penso assim. Mas respiro fundo, para manter-me viva, tenho medo de sair à procura de ilusões e me machucar mais ainda.

“Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande. As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela. Temos que nos bastar... nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela(...)”

Tomara que os nossos enganos não nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança de corações feridos não nos tire a coragem de sentir confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista, porque ele existe, mas que não tenha tamanho para acabar com o que sentimos um pelo outro, ou pelo menos o que restou dele.

Tomara que a gente não desista de ser quem é por nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades, mesmo que as mentiras e as verdades sejam inconvenientes. Que friagem nenhuma seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos doendo, não percamos de vista nem de sonho a ideia da alegria.

Tomara que apesar dos apesares todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão de se sentir feliz.

“Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta. “Martha Medeiros - Pense nisso!

“Acredite…
Segure em minhas mãos… Acredite que tudo pode mudar… Acredite que podemos recomeçar… Se a noite for longa podemos relembrar nossas histórias, isso nos manterá acordados. E quando o sol brilhar mais uma vez quero que você veja quanta beleza existe lá fora, quero que voe e veja o quanto esse mundo é pequeno… Acredite… Façamos assim dos erros lições para nosso recomeço… Dos dias façamos de páginas que escreveram um novo começo… Façamos do impossível apenas um desafio… Da desconfiança façamos dela a certeza de mais uma chance para ser feliz…

De nós dois façamo-nos apenas o que o coração mandar… Dos sonhos façamos dele nossa realidade… Segure minhas mãos e diga-me que sim… E você vera que nossas histórias sempre nos manterá acordados… Se a tempestade é forte apenas acredite… Que quando ela acabar seremos calmaria… Acredite que tudo pode mudar… Apenas segure minhas mãos… E você vera que quando o sol se põe ele apenas esta dizendo para si mesmo que terminou sua missão… Mais isso não o impede de voltar no dia seguinte e fazer tudo de novo… Mais uma vez mostre-me o caminho… Mais uma vez faça das diferenças a diferença que nos manterá unidos… Sorria… E faça-me sentir a emoção do primeiro beijo, o brilho do primeiro olhar, a saudade do primeiro adeus… A impaciência da primeira briga… Pois sempre que olho nos seus olhos vejo o que ele quer me dizer… E ele apenas me diz que devo pedir que você segure em minhas mãos… Faça isso e você vera que o mundo e o amor nos pedem uma nova chance… Apenas acredite… Eu acredito… Em tudo que vivemos… E tudo que ainda poderemos ter… Nossos planos e conquistas… Acredite que tudo pode mudar… Apenas segure em minhas mãos…”

Reflita bem em todas as palavras escritas acima, vá no intimo do seu coração, lá no fundo mesmo, converse consigo mesmo, veja os dois lados, pois do jeito que você está agindo, parece estar olhando apenas seu lado, coloque tudo em uma balança, pese. Pense, lembre de todos os momentos bons e ruins, analise, se conscientize de toda a situação. Ou vou gosta ou não gosta, ou respeita ou não respeita, está disposto a seguir adiante, ou será melhor desistir e seguir adiante seu caminho “ sozinho”.

Para mim, está sendo muito difícil, muito mais do que poderia imaginar, não sei se conseguirei seguir adiante, precisava apenas de uma certeza que tudo isso não passou de fantasia da minha cabeça, dentro de mim encontro muitos conflitos, muita insegurança, e não consigo administrar toda essa situação, veio muita coisa ao mesmo tempo, que vontade de fugir pra bem longe, mas pra onde....isso não resolverá meus problemas.

Aguardo uma resposta tua, para resolvermos essa situação, cheguei no meu limite, também tenho um caminho a seguir seja de que maneira for, sozinha ou não....

Flávia

Cat. 04/03/2011

Obs: alguns trechos  desta carta são de textos de Caio f. de Abreu.

Um comentário:

Anônimo disse...

isto sou eu tal e qual arrepiei ao ler todas as palavras todas as virgulas todos os pontos . Leio assiduamente todos os seus textos mas este ... sou eu agora !!
Beijo de Portugal obrigada pelos textos maravilhosos
Paula

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Amo muito isso!!!

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